Quanto
vale o capital intelectual de uma Organização?
publicado no "The Economist"
Para
tornar o prédio de dois andares mais parecido com um velho barco, Leif
Edvinsson mandou fazer tratamento do assoalho com piche. Quatro cadeiras, cada
uma apontando para um canto diferente do mundo, ocupam a área comunal de
reflexão. Um timão e um grande compasso antigo ficam em frente à janela
principal, de onde se pode ver o mar. O tema é a navegação e o sector é o de
seguros.
Edvinsson
é o "director corporativo de capital intelectual" da Skandia, maior
grupo de serviços financeiros da Suécia. Nesse papel, Edvinsson desenvolveu um
conjunto de contas em 1995 que tentou medir as fontes de capital intelectual da
firma - aproximadamente, a diferença entre o valor de mercado e o valor contável
de seu capital. Mas desde que escreveu em co-autoria um livro sobre seus
métodos no ano passado ("Capital intelectual", de Leif Edvinsson e
Michael Malone), ele vem ganhando fama internacional. Companhias de todo o
mundo querem saber o valor de sua força intelectual.
"Os contadores querem apenas agregar mais itens aos
balanços das empresas."
A
crescente facilidade com que as pessoas conseguem compartilhar, armazenar e
transferir informações apresenta uma ameaça quase universal às empresas. Esse é
o motivo de Edvinsson estar tão fascinado por navegação. Ele afirma que assim
como as embarcações transportavam os "vikings" através dos mares e
rios acima - permitindo-os saquear povoados desavisados - a lnternet está
trazendo novos invasores perigosos para mercados anteriormente seguros. A nova
tecnologia é inútil a menos que você saiba para onde ela o está levando. O que
as empresas precisam, afirma Edvinsson, é uma maneira de navegar na economia de
conhecimentos. Para fazer isso, as firmas precisam ter melhores meios para
medir o conhecimento - e sua capacidade de criá-lo e convertê-lo em lucro. Os
instrumentos actuais estão desactualizados. O balanço contável não capta o
valor de activos intangíveis, como ideias de novos produtos, clientes
impressionados ou um local de trabalho criativo. Como eles ficam mais
importantes as firmas navegam sem rumo. Edvinsson cita uma pesquisa de Baruch
Lev, um professor da escola de administração da Universidade de Nova York, que
rastreou a relação entre os preços de acções e o valor divulgado do capital das
firmas e descobriu que esse valor caiu em doze anos.