domingo, 16 de setembro de 2012



Quanto vale o capital intelectual de uma Organização?
publicado no "The Economist"
Para tornar o prédio de dois andares mais parecido com um velho barco, Leif Edvinsson mandou fazer tratamento do assoalho com piche. Quatro cadeiras, cada uma apontando para um canto diferente do mundo, ocupam a área comunal de reflexão. Um timão e um grande compasso antigo ficam em frente à janela principal, de onde se pode ver o mar. O tema é a navegação e o sector é o de seguros.

Edvinsson é o "director corporativo de capital intelectual" da Skandia, maior grupo de serviços financeiros da Suécia. Nesse papel, Edvinsson desenvolveu um conjunto de contas em 1995 que tentou medir as fontes de capital intelectual da firma - aproximadamente, a diferença entre o valor de mercado e o valor contável de seu capital. Mas desde que escreveu em co-autoria um livro sobre seus métodos no ano passado ("Capital intelectual", de Leif Edvinsson e Michael Malone), ele vem ganhando fama internacional. Companhias de todo o mundo querem saber o valor de sua força intelectual.

"Os contadores querem apenas agregar mais itens aos balanços das empresas."

A crescente facilidade com que as pessoas conseguem compartilhar, armazenar e transferir informações apresenta uma ameaça quase universal às empresas. Esse é o motivo de Edvinsson estar tão fascinado por navegação. Ele afirma que assim como as embarcações transportavam os "vikings" através dos mares e rios acima - permitindo-os saquear povoados desavisados - a lnternet está trazendo novos invasores perigosos para mercados anteriormente seguros. A nova tecnologia é inútil a menos que você saiba para onde ela o está levando. O que as empresas precisam, afirma Edvinsson, é uma maneira de navegar na economia de conhecimentos. Para fazer isso, as firmas precisam ter melhores meios para medir o conhecimento - e sua capacidade de criá-lo e convertê-lo em lucro. Os instrumentos actuais estão desactualizados. O balanço contável não capta o valor de activos intangíveis, como ideias de novos produtos, clientes impressionados ou um local de trabalho criativo. Como eles ficam mais importantes as firmas navegam sem rumo. Edvinsson cita uma pesquisa de Baruch Lev, um professor da escola de administração da Universidade de Nova York, que rastreou a relação entre os preços de acções e o valor divulgado do capital das firmas e descobriu que esse valor caiu em doze anos.

A alegação de que os balanços perderam importância para a avaliação das empresas parece plausível, mas quando confrontada com os revezes no balanço, a maioria dos reformadores prefere acrescentar mais itens nele. Edvinsson define o capital intelectual como a diferença entre o valor de mercado de uma firma e seu "capital financeiro" (o valor líquido com a venda de seus activos físicos). Esses dados são apenas estimativos, mas se os gerentes acharem que seu capital humano vale mais do que mostram os números, então precisam perguntar se suas patentes, por exemplo, valem menos. No actual rumo e velocidade, ele poderia ir longe - mesmo que se escritório não vá a lugar algum.

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